O HOMEM DOS SETE FÔLEGOS
O HOMEM DOS SETE FÔLEGOS
Emanoel Fay
Foi no finalzinho dos anos sessenta e início dos setenta que conheci o estudante Luis Alberto de Barros, filho do escrivão Luís de Barros e Dona Aleide. Exercia, eu, então o cargo de Representante do Ministério Público de Palmeira dos Índios. Era meu colega, o saudoso procurador, Renato Brito Andrade, e trabalhávamos, com os juízes Pedro Antero Paes Ferrari (recentemente falecido) e o atual desembargador emérito, Adalberto Correia de Lima.Professor de História e atividades extra-classe, no Colégio Estadual “Humberto Mendes”, montei um grupo de Teatro, um Jogral, Grupo de Guerreiros e contratei um mestre de Chegança e outro de Pintura. Fiz uma verdadeira revolução cultura, com o apoio do inesquecível amigo e Diretor, Mauro Daniel, ainda hoje brilhante mestre, meu conterrâneo de São José da Lage.Pois bem, naquela altura da minha vida, distante trinta e seis rápidos anos, montamos uma peça do grande dramaturgo nordestino, Luís Marinho. Foi um drama sertanejo inspirado numa passagem da vida do cangaceiro Lampião, denominada “A Derradeira Ceia”. Utilizamos o palco do Colégio Pio XII, para os ensaios. Na estréia convidamos a famosa atriz alagoana, Linda Mascarenhas, nossa mestra de teatro, durante o curso universitário e querida amiga.O espetáculo foi, surpreendentemente, bem sucedido; causando admiração e grande aplauso, não somente da mestra, mas, sobretudo, do famoso Padre holandês, Ludgero que era apaixonado pela arte teatral e de toda a platéia palmeirense que lotou o auditório.Luís Alberto de Barros, fazia a personagem central da peça, o coiteiro “Saturnino”, figura interpretada, pelo jovem estudante, com grande naturalidade e alta sensibilidade dramática.Passou o tempo, terminei minha missão na simpática e querida Palmeira dos Índios. Nomeado Juiz de Direito, pelo ex-governador Antônio Lamenha Filho de pranteada memória, assumi a Comarca de Major Izidoro e deixei Palmeira dos Índios com muita saudade.Luís Alberto de Barros, encerrou seu curso colegial e ingressou na Faculdade de Direito de Alagoas, concluindo brilhantemente, o Curso de Ciências Jurídicas e Sociais. Advogado, por pouco tempo, submeteu-se a rigoroso concurso de provas intelectuais e oral, ingressando no Ministério Público Alagoano. Aposentado, recentemente, dedicou-se a literatura, picaresca com raro espírito histriônico.Agora, estreando como escritor, dei-lhe, com justiça, o título de “Homem dos sete fôlegos”, pois é Ator admirável. Jornalista bravo. Advogado. Promotor de Justiça. Humorista e Escritor.Seu livro é uma coletânea de estórias e poesias, na maioria do gênero trovas e causos pitorescos do mundo forense, onde ele viveu e conviveu, durante muitos anos da sua vida. Os trabalhos enfeixados no livro “CAUSOS FORENSES” foram publicados nos jornais “Tribuna do Sertão”, editado em Palmeira dos Índios. “Jornal Extra”, editado em Maceió.Parabéns meu caro ex-aluno de História e de Teatro. Com certeza o seu livro, deverá fazer bem ao fígado de todos nós. O mundo mais do que nunca, está a precisar de descontração e alegria.